quarta-feira, 10 de novembro de 2010

foi há mais de 3 anos...



Remexendo em apontamentos passados, aqui fica um texto meu que encontrei, de 2007, comentando declarações de uma senhora que muito admiro, mas de quem, naquele momento, discordei... Algumas partes já desactualizadas, mas outras ainda assustadoramente actuais.

"falam da laranja
Foi hoje (23.02.2007) que o Diário de Notícias publicou um artigo de opinião de Maria José Nogueira Pinto, que sob o título "os labirintos da 'social-democracia' em Portugal" decidiu disparar contra o PSD, esclarecendo que o partido 'tem uma base de direita "sociológica" e "ordeira" dos finais do regime autoritário, recriada na situação de "perigo totalitário" causada pelo PC e pela esquerda radical, nos pós-25 de Abril' e que se juntou 'à volta de Sá Carneiro'.

Mais adianta a jurista (que costumava ser a próxima líder do CDS-PP) e vereadora da Câmara Municipal de Lisboa que 'o PSD nunca conseguiu explicar em que é que, "ideologicamente", diferia do PS' e 'foi votando um "líder" e quando não tinha líder (...) ficou fora ou aqueceu pouco tempo a "cadeira" do poder.

'Ora Maria José Nogueira Pinto, uma cara de competência política de inegável valor, conhecerá certamente a história da política portuguesa e, como tal, também a génese do PPD/PSD, bem como o seu programa e os seus princípios e valores.

O problema é que os partidos das esquinas do hemiciclo (à esquerda ou à direita) nunca perdoam aos grandes partidos de Governo - PS e PSD - os votos úteis que estes lhes roubam, pela moderação com que procuram governar, olhando a todos e não só a alguns. Porque um partido de Governo tem de ser um partido interclassista e não um braço político de sindicatos ou um grupinho de meninos queques e debutantes que criticam o status quo de um país, mas que quando convidados para formar coligações de Governo, vão logo a correr aceitar o lugarzinho, esquecendo tudo o que disseram até aí. Aliás, esquece-se também Maria José Nogueira Pinto que é o CDS-PP o partido que mais se arrisca desaparecer, na actual situação que atravessa (desaparecimento esse que, devo dizer, é prejudicial para a democracia portuguesa).

O PS e o PSD são diferentes. E se não o fossem, o CDS-PP coligar-se-ia hoje de bom grado com o governo socialista, como já o fez no passado. A única semelhança entre aqueles dois partidos mais ao centro é exactamente o sujeito da governação - ambos procuram governar para todos os portugueses. É por isso que elegem a maioria dos deputados.

a laranja tem sumo
PSD é o maior símbolo nacional do pluralismo de ideias (de tal forma que, por vezes, esse pluralismo transborda para a praça pública) - o que não se vê muito nos outros partidos, principalmente nos partidos de esquerda e centro-esquerda.

PSD significa afirmação da sociedade civil, porque não deve o Estado chamar a si o que os indivíduos podem fazer, valorizando a liberdade de iniciativa.

PSD é sinal de concertação, com tolerância e procurando sempre o acordo entre os diversos interesses.

PSD é o partido português que mais inspira, na sua base cristã, portugalidade, reformismo, igualdade de oportunidades, abertura económica e defesa do poder local.

Foi o PSD que mudou a expressão constitucional (artigo 1.º) "caminho para o socialismo" para "construção de uma sociedade livre, justa e solidária".

Talvez Maria José Nogueira Pinto já não se recorde, mas todos sabemos que, por várias vezes, esteve ao lado de governos social-democratas. Porquê? Porque a social-democracia portuguesa é muito diferente da social-democracia europeia. Não é socialismo. O socialismo é laico. A social-democracia portuguesa é cristã - como Portugal. O PSD é um partido que foi criado à imagem do povo português. E é por isso que é o único que, até agora, se manteve por mais anos seguidos no poder.

o futuro da laranja
É verdade que o actual estado do PSD não é o melhor. É verdade que a actual liderança não inspira futuro. Mas um partido não é o seu líder. Um partido não são os seus dirigentes. Um partido é um ideal que persiste às pessoas que por lá passam. Um ideal que, por ser sui generis e único, pode até parecer complicado para quem não sente o sumo da laranja a correr nas suas artérias, mas para quem o sente, não há dúvidas.

É um ideal nacional. É o verdadeiro partido português. É e inspira Portugal - com o que nele há de melhor e pior. É a senhora do Minho com brincos de filigrana, é o barco rabelo, é o desempregado que deixa a família em casa para partir para o estrangeiro, é o pauliteiro de Miranda, é o moliceiro, é o pastor beirão que não desiste de atravessar o monte coberto de neve, é o homem de barrete verde-rubro que nunca teme a cabeça do toiro, é o pescador nazareno que amanha as suas redes, é a varina de Lisboa que apregoa e desce a Avenida da Liberdade na noite de Santo António, é a alentejana que ainda insiste em ceifar, é o algarvio que pesca e cozinha tão bem o seu atum, é o açoreano, é o madeirense... E tantos outros... Ricos e pobres... E todos os outros portugueses que insistem em viver, aqui ou longe de Portugal.

São estes os portugueses em que pensaram os fundadores do PSD quando o fundaram. É para estes portugueses que o PSD existe e é para eles que o PSD deve trabalhar. Se não o faz agora, se não consegue fazer boa oposição agora, há-de consegui-lo... Mais cedo ou mais tarde. É uma questão de tempo. Dias, meses ou anos. Basta aos social-democratas e aos portugueses não desistir. Basta continuar a acreditar..."

terça-feira, 26 de outubro de 2010

necessário



Inspirados nos textos de José Luís Peixoto, vários jovens estudantes universitários, de arquitectura, belas artes e design coloriram as paredes e muros de algumas das principais vias da cidade de Lisboa.

A iniciativa faz parte do projecto CIN RE-MAKE, promovida pela conhecida marca de tintas que lhe dá o nome, e contou com a colaboração de entidades como a Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, a Faculdade de Arquitectura de Lisboa, o IADE, a Escola Superior Artística do Porto, a ETIC e a Universidade Católica do Porto na vertente da reabilitação urbana.

Os trabalhos manter-se-ão expostos na capital até ao mês de Abril de 2011.

Uma prova de que é possível continuar a inovar na reabilitação das cidades, valorizando o património enquanto, simultaneamente, se premeia as qualidades artísticas dos jovens portugueses.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

desnecessário



E está aí o Orçamento de Estado para 2011! Uma previsão de dotações que não trazem nada de bom ao país... São mais impostos e mais cortes na carteira da maioria das famílias que mais atravessam dificuldades.

Pedro Passos Coelho, que no verão se comprometeu a nunca viabilizar um Orçamento que previsse qualquer aumento de impostos, depara-se agora com uma possível vitimização de José Sócrates, caso a oposição em peso rejeite a proposta do Governo e nos obrigue a viver o próximo ano em regime de duodécimos.

Depois de reunir o Conselho Nacional, Passos lançou as suas exigências para a abstenção e parece que, na noite passada, o Governo já se disponibilizou a "negociar", como lhe chama a comunicação social. No entanto era essencial que Sócrates não visse este processo como um negócio, mas como a aceitação de algumas (talvez até poucas) exigências, que correspondem às mais urgentes necessidades do país.

Na verdade, o líder laranja está claramente nas mãos do primeiro-ministro. Se aceitar a proposta do Governo, considerá-lo-ão responsável pela viabilização de um dos piores Orçamentos e, provavelmente, dos piores anos financeiros de sempre. Se, pelo contrário, a sua resposta for negativa, terá todos os políticos, comentadores e analistas (incluindo a sua oposição interna) à perna, que o atacarão pela sua falta de sentido patriótico...

Este estado de coisas não é só uma lição para o Governo, mas também para toda a oposição, que, ao longo destes anos de socialismos, tem sido demasiado branda com José Sócrates. O resultado é um país à beira da bancarrota... O que era absolutamente desnecessário!

terça-feira, 14 de setembro de 2010

o efeito placebo...


Em 2005, os portugueses votaram em José Sócrates porque procuravam uma alternativa. O então candidato a primeiro-ministro prometia um "choque tecnológico", a não subida dos impostos, a manutenção das SCUT, a criação de 150.000 postos de trabalho... Em suma, um governo socialista curaria todas as enfermidades que o país sofria, tal qual a maravilhosa "banha da cobra" que se vendia nas feiras, no tempo dos nossos avós.

Volvidos cinco anos, nada mudou. Temos apenas mais uns "Magalhães" espalhados pelo país... Portugal foi caindo em índices de desemprego nunca vistos, há cada vez mais jovens a procurar uma vida no estrangeiro, porque só quem tem amigos nas câmaras municipais consegue arranjar um "lugarzinho ao sol", os impostos subiram, a despesa aumentou e nem a promessa de manter as SCUT os socialistas cumpriram.

Na verdade, Portugal viveu estes últimos tempos sob um efeito placebo, difícil de curar. E nem a chegada das novas pulseiras parece ser suficiente para manter o equilíbrio de uma sociedade que há muito perdeu o balanço...

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

necessário

Na passada semana, decorreu em Castelo de Vide, como já é hábito, a Universidade de Verão dos social democratas.

As inscrições, dos 14 aos 30, foram muitas, mas somente 100 jovens acabaram por ser seleccionados para esta iniciativa, com a finalidade de aprender mais sobre política, sociedade e cidadania, mas também para partilhar ideias e conhecimento.

Pela "UV" deste ano, dirigida com sempre por Carlos Coelho, passaram os melhores especialistas nas mais diversas áreas. Da ciência à economia, da saúde ao ambiente, da política à cultura...

A organização está de parabéns, tal como o PSD, a JSD, o Instituto Francisco Sá Carneiro e todos os participantes, que demonstraram uma enorme qualidade de trabalho e um espírito de dinamismo, alegria, solidariedade e muita esperança no futuro!

Até para o ano!!!

desnecessário

O caso Casa Pia voltou a dar que falar. Mas agora com a sentença final.

Pessoas que marcaram uma geração de portugueses, em diversas áreas e ao mais alto nível, envolvidas em factos tão atrozes como os descritos nos inúmeros dossiers daquele processo, era algo que não se via há muito na nossa sociedade. E, principalmente, porque chegaram mesmo a ser condenadas, ao contrário de tantos outros casos em que os famosos conseguem fugir à justiça...

Para a história fica também o tempo que levou este processo a encontrar o seu desfecho. Mas apesar da grande lentidão daquele que foi um dos processos judiciais mais badalados na sociedade portuguesa, não foi com certeza o mais moroso...

Infelizmente, a justiça portuguesa continua a demorar demasiado tempo para punir os culpados.

domingo, 22 de agosto de 2010

"confiança" neste senhor?



Sob a mensagem da "confiança", José Sócrates atacou ontem a oposição e, em especial, o projecto de revisão constitucional que está a ser desenvolvido pelo PSD, considerando-o "o projecto mais radical e extremista alguma vez apresentado" em Portugal.

Ora, esta postura do PS, que admite mesmo ser de "oposição" à revisão constitucional, demonstra que, na visão de José Sócrates, não há mudanças a fazer na Constituição, ou se as houver, serão meras alterações cosméticas a um regime que insiste em aumentar a despesa pública e endividar-se face ao estrangeiro.

Em suma, Sócrates está muito contente com aquilo que tem. Não quer mudanças num sistema que já se viu não responder às verdadeiras necessidades do país e do povo português. E aproveita até para lembrar aos portugueses o perigo que poderá trazer uma crise política...

Mas crise, senhor Primeiro-Ministro, é não saber se no próximo mês haverá dinheiro para pagar aos funcionários e aos fornecedores da Administração Pública. Crise é haver cada vez mais jovens a sair da Universidade sem saber onde e quando irão trabalhar, onde e quando irão viver numa casa que possam chamar sua, onde e quando poderão ter uma família...

Crise é haver cada vez mais famílias sem refeições em cima da mesa, porque tudo aumentou, menos os salários. E entretanto, o Governo responde a todos esses problemas com a compra de milhares de novas viaturas, desembolsando 35 milhões de euros.

Porém, o mais preocupante é, perante tudo isto, ver um José Sócrates sorridente pedir "confiança" aos portugueses, ao som do "You got it" de Roy Orbison.

Felizmente, nos dias de hoje, existe uma oposição cada vez mais forte e responsável, que não deixará este Primeiro-Ministro, ao som do clássico de Roy Orbison, fazer tudo o que quer e tudo o que precisa para se manter, a todo o custo, num Governo que Portugal inteiro já percebeu que está a prazo!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

necessário

Estive ontem presente num encontro com jovens das comunidades portuguesas no estrangeiro, organizado pelo Gabinete de Relações Internacionais da JSD e que contou com a presença do Presidente da JSD, Pedro Rodrigues, e o alto patrocínio do Secretário-geral do PSD, Miguel Relvas.

Nesta iniciativa, discutiu-se as grandes dificuldades que os jovens actualmente atravessam em Portugal e as razões que os levam a deixar o país. Foram também contadas, na primeira pessoa, diversas experiências de portugueses que fazem carreira lá fora e que continuam a demonstrar uma enorme vontade em regressar a Portugal, bem com jovens que, não gozando da nacionalidade portuguesa, vivem no nosso país, defendendo-o e admirando-o mais do que muitos de nós - o que nos deixa repletos de orgulho.

Há ainda que salientar a forte mobilização da distrital de Castelo Branco da JSD para esta iniciativa, que, representando uma região que tanto tem sofrido com a emigração, demonstrou a sua preocupação com a matéria, trazendo vários jovens que muito contribuíram para o debate.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

desnecessário

Os incêndios continuam a devastar o país a cada verão que passa e, por mais meios que surjam, tem sido impossível acalmar este flagelo.

Bombeiros, de norte a sul, dão o seu melhor para que Portugal não acabe reduzido a um enorme território coberto de cinzas. Mas o que é feito dos guardas florestais, que tanto contribuíam para a vigilância das florestas? Onde está a sensibilização da população para a limpeza das matas e para o fim das queimadas?

Os governantes continuam a acreditar que basta gastar dinheiro em carros e helicópteros, mas esquece-se que, enquanto não houver um esforço para a mudança das mentalidades, o país continuará a arder, de ano para ano...

domingo, 1 de agosto de 2010

e a exigência, sra. ministra?


Ao ver que já não consegue conquistar os votos dos adultos, o Governo procura agora conquistar a simpatia das crianças. Isto porque só um miúdo se lembraria de acabar com os "chumbos" nas escolas.

A ideia peregrina já recebeu as críticas do PSD, CDS e PCP, que a consideram "grave", "um disparate" e "desqualificante para ensino".

Primeiro, o Governo reduziu a exigência na avaliação, agora aparenta querer acabar com a avaliação em si mesma. A própria ministra apressou-se a explicar que não se pretende baixar a exigência, mas sim mantê-la e que esta medida requer ainda algum debate e ponderação, porque o objectivo é "melhorar os resultados de aprendizagem".

Ora, esta intenção da ministra não demonstra qualquer preocupação com a melhoria do ensino, mas apenas a redução cada vez maior do insucesso escolar, para atingir indicadores europeus, transformando o ensino português num sistema baseado no facilitismo e na mediocridade.

Assim, viveremos enganados numa sociedade em que todos terão óptimas notas, mas ninguém saberá quanto são 2 + 2...

Onde está agora o rigor, sra. ministra? Onde está a exigência? Onde está a qualidade do ensino?

Talvez a próxima proposta seja mesmo acabar com as aulas...

sexta-feira, 23 de julho de 2010

necessário

Ao falar sobre o Estatuto do Cidadão da CPLP, o Presidente da República recordou hoje a todos que "é preciso ir mais longe" na resposta às expectativas dos cidadãos.

E veio mesmo a propósito, porque menos de 24 horas antes tinham decorrido os trabalhos da revisão programática do partido que fez dele primeiro-ministro, subordinados exactamente ao tema "cidadania@pt".

A verdade é que, tanto o Presidente como os partidos, começam a demonstrar alguma preocupação relativamente à participação cívica dos nossos cidadãos. E as iniciativas como o "Parlamento Jovem" ou o próprio programa "Sub-18" da JSD ajudarão certamente os nossos jovens a sentirem-se mais cidadãos. Mas ainda não chegam.

Esta é uma preocupação que deve ser lançada dentro e fora dos partidos, também pelas associações, pelas escolas e até no seio das próprias famílias...

Fala-se em dar ou devolver o poder aos cidadãos. Mas como é possível fazê-lo e de que forma? É isso que temos de começar a discutir. Para que os portugueses voltem a sentir-se como peças centrais da vida do Estado.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

desnecessário

E o que já há algum tempo se esperava acabou por acontecer...

Após uma reunião com os representantes do Sindicato das Indústrias Transformadoras e da Energia, a notícia explodiu: a Delphi encerrou e lançou 321 trabalhadores para o desemprego. O que era até agora produzido na unidade da Guarda será deslocalizado para as fábricas da Delphi de Castelo Branco e da Polónia, com o argumento de falta de encomendas devido à crise económica.

Este é mais um daqueles casos que colocam famílias inteiras no desemprego, uma vez que, por muitas vezes em Portugal, marido, mulher e filhos trabalham na mesma fábrica, até serem confrontados com um despedimento colectivo ou um encerramento de portas da entidade empregadora...

Num país em que a produtividade decresce, continuamos a viver um ambiente económico-social que não premeia quem mais investe, quem mais estuda e quem mais trabalha.

São os frutos do socialismo...

domingo, 11 de julho de 2010

perspectivas regionalizantes



A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte juntou esta semana os presidentes das câmaras municipais de Lisboa e Porto, num debate sobre a regionalização.

Ambos defendem o "sim", mas discordam quanto ao momento do arranque do processo. Rui Rio considera necessário haver um largo debate, até que se encontre um consenso, enquanto que António Costa entende que a regionalização deveria avançar já nesta legislatura.

Na verdade, o nosso país está cansado de reformas e decisões que têm vindo, ao longo dos anos, a ser tomadas de cabeça quente, sem consulta das autarquias, dos agentes socio-económicos e da sociedade civil.

Ora, tanto o mapa das regiões como as competências nunca poderão ser apresentados pelo partido do Governo sem uma ampla discussão, em que se verifique um vasto consenso nacional. Portugal tem de aprender com os erros do referendo de 1998, de molde a garantir a governabilidade e o sucesso das futuras regiões.

A revisão constitucional aproxima-se. Veremos se os partidos se entendem quanto a esta matéria...

terça-feira, 6 de julho de 2010

necessário

Várias universidades privadas começaram a empregar estudantes em 'part-time' para que lhes seja mais fácil suportar as propinas.

Os cursos superiores são caros e o material necessário não lhes fica atrás.

O DN apresentou o caso de um estudante que não é elegível para a acção social, uma vez que os rendimentos do seu agregado familiar são superiores aos valores máximos (cerca de 400 euros por cabeça). Assim, o promissor arquitecto trabalha cinco horas por dia no centro de informática da universidade, para conseguir uma isenção de propinas em €325 por mês, uma vez que, para além das mensalidades, precisa de pagar os materiais para "maquetes" e impressões em papel.

Numa altura em que a vida não está fácil para os pais, os filhos - que já não nutrem grandes ilusões sobre o seu futuro profissional - atravessam também graves dificuldades para conseguir, pelo menos, terminar os seus estudos. Por isso, esta é uma louvável política das universidades privadas, que revela um verdadeiro sentido de responsabilidade social.

desnecessário

O tema em debate era para ter sido o futuro do Estado Social europeu, mas as jornadas parlamentares do Partido Socialista acabaram por perder a maioria do tempo a discutir as posições do PSD sobre questões internas do país.

Francisco Assis acusou o PSD de pretender realizar uma "refundação constitucional" que prejudica o Estado Social, Mário Soares, por seu lado, criticou a oposição, insinuando que esta não apresenta alternativas e é excessivamente crítica e agressiva em relação a Sócrates... E as referências negativas à oposição continuaram...

Assim fizeram os socialistas, que numas jornadas em que deveriam abrir-se à sociedade civil e procurar ultrapassar os defeitos e as fraquezas que já lhes renderam uma descida para o segundo lugar nas sondagens, preferiram continuar fechados em si mesmos, criticando "os outros" e acreditando continuarem a ser os donos da verdade.

Tiques que não favorecem o PS e acabam por não favorecer também o saudável debate democrático.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

eles não aprendem...



O Governo voltou a meter-se nos negócios da Portugal Telecom.

Desta vez, foi a possível venda da Vivo à Telefónica, em que 74% por cento dos representantes dos accionistas presentes na assembleia geral aceitaram a oferta espanhola, mas o Estado português voltou a utilizar a sua "golden share" para vetar um negócio que equivaleria a 4% do PIB nacional.

Uma atitude que desagradou a quase todo o mercado e que fez com que a própria Administração da PT se sentisse de tal forma desconfortável que já solicitou pareceres para clarificar determinados aspectos legais respeitantes à utilização daquelas acções pelo Estado.

A Ongoing e o BES já adiantaram que, depois do sucedido, temem agora uma OPA sobre a PT por parte da Telefónica. O que, nesse caso, colocará certamente o Estado em maus lençóis...

Esta é mais uma demonstração da faceta estatizante do Governo socialista, que insiste em ser árbitro e jogador em todos os sectores do mercado. O próprio Financial Times chamou-lhe um "desvario colonial".

segunda-feira, 28 de junho de 2010

desnecessário

Basta que se reúnam os grandes líderes mundiais para juntar à porta centenas de manifestantes.

Desta vez o palco foi a cidade de Toronto, onde os representantes dos 20 países mais ricos e países emergentes do mundo (G20) se encontraram no passado fim-de-semana. Várias organizações promoveram marchas pelas artérias centrais da cidade, com gritos de ordem contra a pobreza e pela ecologia.

Porém, as manifestações que aparentavam assumir tom pacífico foram, com o passar das horas, ganhando um carácter mais violento. Várias lojas acabaram por ser destruídas e carros incendiados, por manifestantes com máscaras, roupas negras e tijolos ou outros objectos perigosos.

Para além das inúmeras detenções, fica também para a história a certeza de que não é esta a melhor forma de chamar a atenção para os problemas que atravessam os diversos Estados do mundo inteiro.

A violência não acaba com a pobreza, não transforma a água inquinada em potável, nem aumenta os salários e as condições de trabalho.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

necessário

É nos momentos mais difíceis que se destacam aqueles que têm maior visão.

E, nos tempos que correm, o PSD está exactamente a demonstrá-lo. Primeiro com o impulso para a revisão constitucional e agora também com o despoletar da sua própria revisão programática.

A ideia-chave é abrir o partido à sociedade civil dos dias de hoje e prepará-lo para os desafios do futuro. O processo será conduzido por José Pedro Aguiar-Branco e contará com o apoio de um Conselho Consultivo, para o qual tive a honra de ser convidado a exercer as funções de relator.

Vale a pena recordar que a moção de estratégia global que elegeu Pedro Passos Coelho versava que "o PSD tem de se saber reinventar para os novos tempos, entrar num processo de mudança, abrindo-se à sociedade, recuperando uma relação natural e fluida com a sua base de apoio. (...) Esta mudança de atitude deverá estender-se aos Portugueses, voltando o Partido a ser uma plataforma de conhecimento e intervenção estimulante para a sociedade civil em geral, e para a juventude em particular."

Mais uma prova de que este novo PSD está deveras preocupado com as opiniões de toda a sociedade, incluindo os cidadãos mais jovens.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

o que se diSCUTe...



"Da parte do Governo há boa vontade. Basta haver igualmente boa vontade da parte do PSD para que possam ser encontradas soluções. Num quadro negocial como aquele em que estamos, não faria sentido se houvesse agora um facto não consumado que tornasse esse entendimento impossível."
Jorge Lacão

“Quero deixar claro que não haverá qualquer entendimento enquanto não tivermos de forma completa e exaustiva todas as questões que, compreensivelmente, o Governo não teve oportunidade até a este momento de trazer para cima da mesa.”
Miguel Macedo

" Esta questão é gritante e grosseira e bastava fazer um estudo actualizado, à data de hoje, para se perceber que as portagens não deveriam ser aplicadas na região Norte.”
Alberto Santos, presidente da Câmara Municipal de Penafiel

quarta-feira, 23 de junho de 2010

necessário

O ministro dos Negócios Estrangeiros realçou, na passada segunda-feira, o "papel destacadíssimo" do Brasil na expansão da língua portuguesa, devido à posição económica que aquele país começa a ocupar no mundo, bem como pela sua quantidade de habitantes: quase 200 milhões.

Na cerimónia de constituição do Conselho Estratégico e Consultivo do Instituto Camões, foram ainda apresentados como objectivos a construção de uma rede qualificada de ensino da língua portuguesa no mundo, o apoio da expansão da CPLP e a promoção do uso da língua nas organizações internacionais, media e plataformas de comunicação.

Ficámos entretanto a saber que, a partir de agora, passarão a colaborar com o Instituto mais 1.100 professores, com cerca de 75 mil alunos no mundo inteiro, para além dos já existentes 500 docentes da rede de ensino de português, em 290 universidades e institutos superiores.

É bom saber que ainda há gente que se preocupa com a nossa língua.

desnecessário

A qualidade das democracias também se avalia pela confiança que os eleitores depositam nos eleitos e pela credibilidade que os políticos inspiram.

Na verdade, desde que este Governo tomou posse, já vieram à baila os maiores "berbicachos" alguma vez vistos ao nível da política nacional. Desde o diploma de licenciatura do senhor primeiro-ministro ao caso "Face oculta", passando pelo "Freeport"... Actualmente (aliás já há demasiado tempo), o tema que faz correr rios de tinta nos jornais é o processo Moura Guedes.

E estas notícias cansam os portugueses e deprimem cada vez mais a sociedade.

Ora, uma das principais causas do afastamento entre os portugueses e a política prende-se exactamente com o facto de os cidadãos não se reverem nas atitudes e condutas dos eleitos.

Os partidos assumem um papel fundamental quanto a esta matéria, uma vez que terão de ser mais exigentes na escolha dos seus candidatos, bem como na própria avaliação dos seu trabalho enquanto titulares de cargos públicos.

Porque têm de ser os políticos a dar o exemplo!

terça-feira, 22 de junho de 2010

essa matemática


Há uns anos, dava jeito ao Eng. Sócrates acabar com o insucesso escolar. Baixou-se a fasquia. Reduziu-se a exigência. Piorou-se a qualidade do ensino. Até se perseguiu os professores...

Agora, aconteceu o que mais se temia. Segundo o Público, 27% dos "caloiros" da Universidade falha na resposta à pergunta "quanto é um meio mais um meio?"

Os professores do ensino superior deparam-se, cada vez mais, com alunos “sem hábitos de trabalho e sem espírito de sacrifício”, o que consideram ser fruto da “cultura de facilitismo” que tem vindo a ser posta em prática.

E o problema não se verifica unicamente na Matemática. Também o é no Português, uma vez que os jovens têm cada vez mais problemas na interpretação de textos, o que, a partir daqui, se expande por todas as demais disciplinas.

Falta a cultura do incentivo à leitura. Falta a cultura da exigência e do rigor. O Governo entende que se deve deixar passar os alunos "porque sim" e esquece-se que, devagarinho, está a hipotecar o futuro de uma geração. Os próprios jovens admitem que o ensino está a tornar-se demasiado fácil.

Talvez seja este o momento de abrirmos os olhos para o problema. Porque um dia poderá ser tarde demais...

segunda-feira, 21 de junho de 2010

necessário

Pedro Passos Coelho pediu ao Governo para não perder mais tempo em relação àquilo a que chama um "acordo importante" sobre a revisão constitucional antes das eleições presidenciais.

Aliás, segundo o ionline, o líder do PSD anunciou já que o PS anda "desorientado" quanto às matérias mais relevantes, como a questões dos investimentos públicos e do acordo para a redução do défice.

Há, realmente, que retirar conteúdo programático à Constituição, uma vez que já não faz qualquer sentido que o Estado continue a ser constitucionalmente consagrado como o "planeador" por excelência da economia, onde é, simultaneamente, player e árbitro, o que remonta ao socialismo da antiga cortina de ferro.

Venha a revisão constitucional.

desnecessário

A Ordem dos Advogados voltou a fazer das suas.

Após reprovar 90% dos candidatos ao ingresso ao estágio, o curso abre este ano com apenas 33 novos advogados-estagiários.

O bastonário desculpou-se, dizendo aos media que os licenciados em direito não estão preparados para poderem receber formação profissional para advogados, chamou "fraude" ao processo de Bolonha e aos finalistas "bacharéis baptizados de licenciados".

O objectivo da Ordem continua a ser travar a entrada de mais profissionais no meio, das formas mais rocambolescas, com receio que os mais jovens sejam melhores que os velhos. A solução para o Estado seria simples: abrir o mercado a todos. Os melhores demonstrarão rapidamente que o são - sejam eles velhos ou novos.

caminhar na esperança


A passagem do Papa Bento XVI por Portugal, no passado mês de Maio, despoletou dois tipos de reacção: palavras críticas por parte de alguns, mas, por outro lado, um inacreditável movimento de apoio, que encheu praças e avenidas, em Lisboa, Fátima e Porto.

Na verdade, para quem achava que este Papa seria incapaz de mobilizar multidões, as imagens que a comunicação social espalhou pelo país e pelo mundo inteiro foram elucidativas de que Bento XVI não ficou longe de João Paulo II no que toca à simpatia que deixou em Portugal, onde, mesmo a viver um díficil período de crise, os portugueses – cristãos e não cristãos – demonstraram manter a esperança viva.

Estive em 11 de Maio no Terreiro do Paço e senti, junto de mais de 160 mil de pessoas – velhos e novos, de todos os quadrantes – que aqueles foram dias diferentes dos outros, em que todos nos sentimos parte da humanidade, parte do mundo, verdadeiramente universais (katholikos).

Mas sejamos católicos, seguidores de outras religiões, agnósticos ou ateus, é exactamente este espírito de universalidade, este amor entre os povos, que faz com que nos respeitemos uns aos outros, como iguais, e queiramos viver em paz e reforçá-la cada vez mais, com a extrema vontade de fazer melhor pelas nossas sociedades e pelas gerações vindouras.

“Glorioso é o lugar conquistado por Portugal entre as nações”. Que estas palavras ecoem nos ouvidos de todos para que, nos momentos mais difíceis, as recordemos e assim saibamos encontrar em cada um de nós a força que só uma grande esperança nos pode oferecer.

o estado de necessidade


Artigo 339.º

1. É lícita a acção daquele que destruir ou danificar coisa alheia com o fim de remover o perigo actual de um dano manifestamente superior, quer do agente, quer de terceiro.

2. O autor da destruição ou do dano é, todavia, obrigado a indemnizar o lesado pelo prejuízo sofrido, se o perigo for provocado por sua culpa exclusiva; em qualquer outro caso, o tribunal pode fixar uma indemnização equitativa e condenar nela não só o agente, como aqueles que tiraram proveito do acto ou contribuíram para o estado de necessidade.