sexta-feira, 23 de julho de 2010

necessário

Ao falar sobre o Estatuto do Cidadão da CPLP, o Presidente da República recordou hoje a todos que "é preciso ir mais longe" na resposta às expectativas dos cidadãos.

E veio mesmo a propósito, porque menos de 24 horas antes tinham decorrido os trabalhos da revisão programática do partido que fez dele primeiro-ministro, subordinados exactamente ao tema "cidadania@pt".

A verdade é que, tanto o Presidente como os partidos, começam a demonstrar alguma preocupação relativamente à participação cívica dos nossos cidadãos. E as iniciativas como o "Parlamento Jovem" ou o próprio programa "Sub-18" da JSD ajudarão certamente os nossos jovens a sentirem-se mais cidadãos. Mas ainda não chegam.

Esta é uma preocupação que deve ser lançada dentro e fora dos partidos, também pelas associações, pelas escolas e até no seio das próprias famílias...

Fala-se em dar ou devolver o poder aos cidadãos. Mas como é possível fazê-lo e de que forma? É isso que temos de começar a discutir. Para que os portugueses voltem a sentir-se como peças centrais da vida do Estado.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

desnecessário

E o que já há algum tempo se esperava acabou por acontecer...

Após uma reunião com os representantes do Sindicato das Indústrias Transformadoras e da Energia, a notícia explodiu: a Delphi encerrou e lançou 321 trabalhadores para o desemprego. O que era até agora produzido na unidade da Guarda será deslocalizado para as fábricas da Delphi de Castelo Branco e da Polónia, com o argumento de falta de encomendas devido à crise económica.

Este é mais um daqueles casos que colocam famílias inteiras no desemprego, uma vez que, por muitas vezes em Portugal, marido, mulher e filhos trabalham na mesma fábrica, até serem confrontados com um despedimento colectivo ou um encerramento de portas da entidade empregadora...

Num país em que a produtividade decresce, continuamos a viver um ambiente económico-social que não premeia quem mais investe, quem mais estuda e quem mais trabalha.

São os frutos do socialismo...

domingo, 11 de julho de 2010

perspectivas regionalizantes



A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte juntou esta semana os presidentes das câmaras municipais de Lisboa e Porto, num debate sobre a regionalização.

Ambos defendem o "sim", mas discordam quanto ao momento do arranque do processo. Rui Rio considera necessário haver um largo debate, até que se encontre um consenso, enquanto que António Costa entende que a regionalização deveria avançar já nesta legislatura.

Na verdade, o nosso país está cansado de reformas e decisões que têm vindo, ao longo dos anos, a ser tomadas de cabeça quente, sem consulta das autarquias, dos agentes socio-económicos e da sociedade civil.

Ora, tanto o mapa das regiões como as competências nunca poderão ser apresentados pelo partido do Governo sem uma ampla discussão, em que se verifique um vasto consenso nacional. Portugal tem de aprender com os erros do referendo de 1998, de molde a garantir a governabilidade e o sucesso das futuras regiões.

A revisão constitucional aproxima-se. Veremos se os partidos se entendem quanto a esta matéria...

terça-feira, 6 de julho de 2010

necessário

Várias universidades privadas começaram a empregar estudantes em 'part-time' para que lhes seja mais fácil suportar as propinas.

Os cursos superiores são caros e o material necessário não lhes fica atrás.

O DN apresentou o caso de um estudante que não é elegível para a acção social, uma vez que os rendimentos do seu agregado familiar são superiores aos valores máximos (cerca de 400 euros por cabeça). Assim, o promissor arquitecto trabalha cinco horas por dia no centro de informática da universidade, para conseguir uma isenção de propinas em €325 por mês, uma vez que, para além das mensalidades, precisa de pagar os materiais para "maquetes" e impressões em papel.

Numa altura em que a vida não está fácil para os pais, os filhos - que já não nutrem grandes ilusões sobre o seu futuro profissional - atravessam também graves dificuldades para conseguir, pelo menos, terminar os seus estudos. Por isso, esta é uma louvável política das universidades privadas, que revela um verdadeiro sentido de responsabilidade social.

desnecessário

O tema em debate era para ter sido o futuro do Estado Social europeu, mas as jornadas parlamentares do Partido Socialista acabaram por perder a maioria do tempo a discutir as posições do PSD sobre questões internas do país.

Francisco Assis acusou o PSD de pretender realizar uma "refundação constitucional" que prejudica o Estado Social, Mário Soares, por seu lado, criticou a oposição, insinuando que esta não apresenta alternativas e é excessivamente crítica e agressiva em relação a Sócrates... E as referências negativas à oposição continuaram...

Assim fizeram os socialistas, que numas jornadas em que deveriam abrir-se à sociedade civil e procurar ultrapassar os defeitos e as fraquezas que já lhes renderam uma descida para o segundo lugar nas sondagens, preferiram continuar fechados em si mesmos, criticando "os outros" e acreditando continuarem a ser os donos da verdade.

Tiques que não favorecem o PS e acabam por não favorecer também o saudável debate democrático.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

eles não aprendem...



O Governo voltou a meter-se nos negócios da Portugal Telecom.

Desta vez, foi a possível venda da Vivo à Telefónica, em que 74% por cento dos representantes dos accionistas presentes na assembleia geral aceitaram a oferta espanhola, mas o Estado português voltou a utilizar a sua "golden share" para vetar um negócio que equivaleria a 4% do PIB nacional.

Uma atitude que desagradou a quase todo o mercado e que fez com que a própria Administração da PT se sentisse de tal forma desconfortável que já solicitou pareceres para clarificar determinados aspectos legais respeitantes à utilização daquelas acções pelo Estado.

A Ongoing e o BES já adiantaram que, depois do sucedido, temem agora uma OPA sobre a PT por parte da Telefónica. O que, nesse caso, colocará certamente o Estado em maus lençóis...

Esta é mais uma demonstração da faceta estatizante do Governo socialista, que insiste em ser árbitro e jogador em todos os sectores do mercado. O próprio Financial Times chamou-lhe um "desvario colonial".