segunda-feira, 28 de junho de 2010

desnecessário

Basta que se reúnam os grandes líderes mundiais para juntar à porta centenas de manifestantes.

Desta vez o palco foi a cidade de Toronto, onde os representantes dos 20 países mais ricos e países emergentes do mundo (G20) se encontraram no passado fim-de-semana. Várias organizações promoveram marchas pelas artérias centrais da cidade, com gritos de ordem contra a pobreza e pela ecologia.

Porém, as manifestações que aparentavam assumir tom pacífico foram, com o passar das horas, ganhando um carácter mais violento. Várias lojas acabaram por ser destruídas e carros incendiados, por manifestantes com máscaras, roupas negras e tijolos ou outros objectos perigosos.

Para além das inúmeras detenções, fica também para a história a certeza de que não é esta a melhor forma de chamar a atenção para os problemas que atravessam os diversos Estados do mundo inteiro.

A violência não acaba com a pobreza, não transforma a água inquinada em potável, nem aumenta os salários e as condições de trabalho.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

necessário

É nos momentos mais difíceis que se destacam aqueles que têm maior visão.

E, nos tempos que correm, o PSD está exactamente a demonstrá-lo. Primeiro com o impulso para a revisão constitucional e agora também com o despoletar da sua própria revisão programática.

A ideia-chave é abrir o partido à sociedade civil dos dias de hoje e prepará-lo para os desafios do futuro. O processo será conduzido por José Pedro Aguiar-Branco e contará com o apoio de um Conselho Consultivo, para o qual tive a honra de ser convidado a exercer as funções de relator.

Vale a pena recordar que a moção de estratégia global que elegeu Pedro Passos Coelho versava que "o PSD tem de se saber reinventar para os novos tempos, entrar num processo de mudança, abrindo-se à sociedade, recuperando uma relação natural e fluida com a sua base de apoio. (...) Esta mudança de atitude deverá estender-se aos Portugueses, voltando o Partido a ser uma plataforma de conhecimento e intervenção estimulante para a sociedade civil em geral, e para a juventude em particular."

Mais uma prova de que este novo PSD está deveras preocupado com as opiniões de toda a sociedade, incluindo os cidadãos mais jovens.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

o que se diSCUTe...



"Da parte do Governo há boa vontade. Basta haver igualmente boa vontade da parte do PSD para que possam ser encontradas soluções. Num quadro negocial como aquele em que estamos, não faria sentido se houvesse agora um facto não consumado que tornasse esse entendimento impossível."
Jorge Lacão

“Quero deixar claro que não haverá qualquer entendimento enquanto não tivermos de forma completa e exaustiva todas as questões que, compreensivelmente, o Governo não teve oportunidade até a este momento de trazer para cima da mesa.”
Miguel Macedo

" Esta questão é gritante e grosseira e bastava fazer um estudo actualizado, à data de hoje, para se perceber que as portagens não deveriam ser aplicadas na região Norte.”
Alberto Santos, presidente da Câmara Municipal de Penafiel

quarta-feira, 23 de junho de 2010

necessário

O ministro dos Negócios Estrangeiros realçou, na passada segunda-feira, o "papel destacadíssimo" do Brasil na expansão da língua portuguesa, devido à posição económica que aquele país começa a ocupar no mundo, bem como pela sua quantidade de habitantes: quase 200 milhões.

Na cerimónia de constituição do Conselho Estratégico e Consultivo do Instituto Camões, foram ainda apresentados como objectivos a construção de uma rede qualificada de ensino da língua portuguesa no mundo, o apoio da expansão da CPLP e a promoção do uso da língua nas organizações internacionais, media e plataformas de comunicação.

Ficámos entretanto a saber que, a partir de agora, passarão a colaborar com o Instituto mais 1.100 professores, com cerca de 75 mil alunos no mundo inteiro, para além dos já existentes 500 docentes da rede de ensino de português, em 290 universidades e institutos superiores.

É bom saber que ainda há gente que se preocupa com a nossa língua.

desnecessário

A qualidade das democracias também se avalia pela confiança que os eleitores depositam nos eleitos e pela credibilidade que os políticos inspiram.

Na verdade, desde que este Governo tomou posse, já vieram à baila os maiores "berbicachos" alguma vez vistos ao nível da política nacional. Desde o diploma de licenciatura do senhor primeiro-ministro ao caso "Face oculta", passando pelo "Freeport"... Actualmente (aliás já há demasiado tempo), o tema que faz correr rios de tinta nos jornais é o processo Moura Guedes.

E estas notícias cansam os portugueses e deprimem cada vez mais a sociedade.

Ora, uma das principais causas do afastamento entre os portugueses e a política prende-se exactamente com o facto de os cidadãos não se reverem nas atitudes e condutas dos eleitos.

Os partidos assumem um papel fundamental quanto a esta matéria, uma vez que terão de ser mais exigentes na escolha dos seus candidatos, bem como na própria avaliação dos seu trabalho enquanto titulares de cargos públicos.

Porque têm de ser os políticos a dar o exemplo!

terça-feira, 22 de junho de 2010

essa matemática


Há uns anos, dava jeito ao Eng. Sócrates acabar com o insucesso escolar. Baixou-se a fasquia. Reduziu-se a exigência. Piorou-se a qualidade do ensino. Até se perseguiu os professores...

Agora, aconteceu o que mais se temia. Segundo o Público, 27% dos "caloiros" da Universidade falha na resposta à pergunta "quanto é um meio mais um meio?"

Os professores do ensino superior deparam-se, cada vez mais, com alunos “sem hábitos de trabalho e sem espírito de sacrifício”, o que consideram ser fruto da “cultura de facilitismo” que tem vindo a ser posta em prática.

E o problema não se verifica unicamente na Matemática. Também o é no Português, uma vez que os jovens têm cada vez mais problemas na interpretação de textos, o que, a partir daqui, se expande por todas as demais disciplinas.

Falta a cultura do incentivo à leitura. Falta a cultura da exigência e do rigor. O Governo entende que se deve deixar passar os alunos "porque sim" e esquece-se que, devagarinho, está a hipotecar o futuro de uma geração. Os próprios jovens admitem que o ensino está a tornar-se demasiado fácil.

Talvez seja este o momento de abrirmos os olhos para o problema. Porque um dia poderá ser tarde demais...

segunda-feira, 21 de junho de 2010

necessário

Pedro Passos Coelho pediu ao Governo para não perder mais tempo em relação àquilo a que chama um "acordo importante" sobre a revisão constitucional antes das eleições presidenciais.

Aliás, segundo o ionline, o líder do PSD anunciou já que o PS anda "desorientado" quanto às matérias mais relevantes, como a questões dos investimentos públicos e do acordo para a redução do défice.

Há, realmente, que retirar conteúdo programático à Constituição, uma vez que já não faz qualquer sentido que o Estado continue a ser constitucionalmente consagrado como o "planeador" por excelência da economia, onde é, simultaneamente, player e árbitro, o que remonta ao socialismo da antiga cortina de ferro.

Venha a revisão constitucional.

desnecessário

A Ordem dos Advogados voltou a fazer das suas.

Após reprovar 90% dos candidatos ao ingresso ao estágio, o curso abre este ano com apenas 33 novos advogados-estagiários.

O bastonário desculpou-se, dizendo aos media que os licenciados em direito não estão preparados para poderem receber formação profissional para advogados, chamou "fraude" ao processo de Bolonha e aos finalistas "bacharéis baptizados de licenciados".

O objectivo da Ordem continua a ser travar a entrada de mais profissionais no meio, das formas mais rocambolescas, com receio que os mais jovens sejam melhores que os velhos. A solução para o Estado seria simples: abrir o mercado a todos. Os melhores demonstrarão rapidamente que o são - sejam eles velhos ou novos.

caminhar na esperança


A passagem do Papa Bento XVI por Portugal, no passado mês de Maio, despoletou dois tipos de reacção: palavras críticas por parte de alguns, mas, por outro lado, um inacreditável movimento de apoio, que encheu praças e avenidas, em Lisboa, Fátima e Porto.

Na verdade, para quem achava que este Papa seria incapaz de mobilizar multidões, as imagens que a comunicação social espalhou pelo país e pelo mundo inteiro foram elucidativas de que Bento XVI não ficou longe de João Paulo II no que toca à simpatia que deixou em Portugal, onde, mesmo a viver um díficil período de crise, os portugueses – cristãos e não cristãos – demonstraram manter a esperança viva.

Estive em 11 de Maio no Terreiro do Paço e senti, junto de mais de 160 mil de pessoas – velhos e novos, de todos os quadrantes – que aqueles foram dias diferentes dos outros, em que todos nos sentimos parte da humanidade, parte do mundo, verdadeiramente universais (katholikos).

Mas sejamos católicos, seguidores de outras religiões, agnósticos ou ateus, é exactamente este espírito de universalidade, este amor entre os povos, que faz com que nos respeitemos uns aos outros, como iguais, e queiramos viver em paz e reforçá-la cada vez mais, com a extrema vontade de fazer melhor pelas nossas sociedades e pelas gerações vindouras.

“Glorioso é o lugar conquistado por Portugal entre as nações”. Que estas palavras ecoem nos ouvidos de todos para que, nos momentos mais difíceis, as recordemos e assim saibamos encontrar em cada um de nós a força que só uma grande esperança nos pode oferecer.

o estado de necessidade


Artigo 339.º

1. É lícita a acção daquele que destruir ou danificar coisa alheia com o fim de remover o perigo actual de um dano manifestamente superior, quer do agente, quer de terceiro.

2. O autor da destruição ou do dano é, todavia, obrigado a indemnizar o lesado pelo prejuízo sofrido, se o perigo for provocado por sua culpa exclusiva; em qualquer outro caso, o tribunal pode fixar uma indemnização equitativa e condenar nela não só o agente, como aqueles que tiraram proveito do acto ou contribuíram para o estado de necessidade.