segunda-feira, 11 de abril de 2011

nobre polémica


Fernando Nobre não é um político. Tem um percurso de vida longe dessas lides. Distinguiu-se pela sua profissão e na AMI. É professor universitário. Não é filiado em partidos.
Candidatou-se à Presidência da República e, com o apoio de uns e outros (da esquerda ao centro direita), conquistou um honroso e merecido terceiro lugar nas últimas eleições. Não por ser alguém com enorme experiência governativa ou reconhecida capacidade política, não por ser um bom orador (talvez uma das suas maiores dificuldades nestas andanças), mas por ser um membro activo e independente da sociedade civil. Chegou mesmo a chamar à sua candidatura um movimento de cidadania. E foi por isso que houve tantos portugueses a votar nele.
Agora, os seus apoiantes mais chegados à esquerda (provavelmente, muitos deles "soaristas" que não conseguiram votar em Alegre) criticam-no no facebook, por ter aceite encabeçar a lista do PSD, por Lisboa, à Assembleia da República - órgão que poderá vir a presidir, caso aquele partido vença as eleições.
É verdade que Nobre já foi mandatário do Bloco de Esquerda. É verdade que conquistou grande parte dos votos da esquerda e do centro-esquerda nas últimas eleições. Mas foi exactamente esta sua independência que o distinguiu dos outros candidatos presidenciais. E o facto de não estar comprometido com nenhum aparelho partidário, com nenhum grupo de militantes, mas fiel à sua consciência, optando por colaborar com novas visões de futuro para Portugal, faz dele um bombástico fenómeno na realidade política nacional, a que ninguém estava habituado. Daqueles que não estão ligados a nenhuma cor partidária. E isso incomoda muita gente...
Marcelo, por exemplo, assume que é "um risco" para o PSD, alertando para o facto de haver tantos militantes com qualidade. O que haveria de dizer alguém que tenta dar tanto nas vistas, que até já ajudou a deitar abaixo o governo de Santana Lopes e que gostava tanto que o partido se lembrasse dele...?
Golpe de marketing do PSD? Talvez. Mas é também este um sinónimo de novos tempos no partido e de uma abertura como nunca à sociedade civil. Algo que Passos Coelho prometeu, logo desde a sua candidatura à liderança.
Portugal precisa de gente descomprometida dos aparelhos partidários, descomprometida das necessidades de tachos e de carreirismos políticos. Portugal precisa de mais Fernandos Nobres!!!

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